Fugindo um pouco á minha “rubrica” habitual de culinária e usando o possibilidade que me foi oferecida pelo asno, de publicar neste blog - a quem aproveito para cumprimentar e expressar a minha gratidão - , vou mijar um pouco fora do testo.
Esta semana fui a Casegas e fiz a minha habitual “arruada” pelos tascos da terra. Ao passar pela Casa do Povo deparei-me com este flyer da APDEL (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento), pelo qual não posso deixar de expressar a minha indignação pela forma como mais uma vez o assunto “Casegas” é tratado, principalmente na página esquerda do flyer. Desta forma, deixo aqui algumas questões no ar, dirigidas aos “Senhores APDEL”:
- Consultaram alguém de Casegas para elaborar este documento?
- Este documento, parece-me um documento de divulgação turística. Os locais de interesse Histórico-Cultural, podem ser visitados, caso algum turista de desloque à aldeia para o efeito?
- Existe algum moinho “de pé” que possa ser visitado?
- Quem lhes disse que a festa do Anjo da Guarda era no ultimo fim-de-semana de Junho? Inventaram?
- A ponte é romana? Vejam lá bem…não será românica?
- Já ouviram Falar na capela de São Sebastião e na Capela de S. António, cujo jardim alguém se esmera a deixar degradar como já foi aqui publicado?
- Não havia nenhuma foto mais interessante para colocar no documento? Posso sugerir: Capela das Amas, Parque de Lazer, Fernambuque, etc., agora não vejo que piada mete o edifício da igreja…se pelo menos alguém tivesse a inteligência de a mandar picar e de lhe por a pedra á vista…Mas infelizmente, inteligência é virtude que não abunda por aquelas paragens, senão veja-se o que fizeram ás figuras do museu da arte sacra (mais uma para visitar) e ao tecto da capela das almas! Mas em relação a esse assunto, penso que há contributors neste blog com mais competência que eu para falar acerca do assunto. Ainda aguardo que o faças Atumnespereira!
- Fizeram este flyer, foi só para dizerem que fizeram ou a intenção era mesmo informar?
Estou farto de ver a aldeia tratada como aldeia de terceira!BASTA!
Mais respeito se faz favor!
Obrigado e bom proveito!
4 comentários:
esses desenvolvem é a erada, isso sim...
A culpa não é de quem publica (que até o fará com as melhores intenções), a culpa é de quem fornece os conteudos. Portugal repete continuamente a estória dos descobrimentos e dos encobrimentos em vez de falar do futuro por fazer. Casegas parece não conseguir sair dessa sina, fala do tempo em que era grande, do tempo em que o Sobral e Cebola faziam parte do seu termo, de quando havia moinhos e lagares a laborar na sua ribeira, fala da ponte ROMANA, (Faz sempre bém ao ego essa de termos sido importantes no tempo dos romanos)e outras balelas do mesmo calibre. Gostava que o motivo de interesse a conciderar em futuros panfletos passasse pelo aproveitamento do passado (Gravuras, mineração romana, passado medieval etc), pela beleza do seu território (floresta ordenada, especialização nalguma coisa (queijo corno produzido com o leite de cabradas que mantêm a floresta limpa, aguardente de medronho e licores produzidos com os medronhos de plantações de ervedeiro), alguma agricultura, a produção de electricidade usando a força do vento ou uma mini hídrica aproveitando o troço superior da ribeira de Casegas e alguma industria não poluente. Claro que uma ou todas estas coisas podiam ser feitas por gente que não nasceu em Casegas (os naturais parece não estarem interessados...)
Caro "À MANJEDOURA": o tempo vai andando e os meus olhos já não são o que eram. Coisas da vida. Mesmo com lunetas tenho dificuldade em ler os teus signos linguistícos. Talvez pudesses dar uma outra cor às palavras. Uma outra cor, no bom sentido ... é claro.
Com alguma dificuldade, mas consegui ler.
Em termos de património imobiliário histórico, penso que não haverá muito para mostrar em Casegas, para além do que se refere o comentário anterior. O melhor que Casegas tinha era o seu casario tipico, mas, uma parte deste casario está hoje perdido na aldeia. Era ainda tempo de arrepiar caminho porque ainda há muito que pode ser recuperado. Para isso era necessário ver os proprietários, câmara e junta de freguesia motivados. Era necesário criar incentivos para que fosse possível a recuperação do tecido urbano de Casegas. E se as coisas foram possíveis no Sobral, porque é que o mesmo não aconteceu em Casegas? E recuperar ou conservar não é fazer o que a Junta fez no edífício sede. Para além de não ser o edifício ideal para sede de uma Junta de Freguesia, porque tanta altura?
Apesar de tudo há tempos levei uns amigos a Casegas e que nunca até aí a tinham visitado.
Ficaram admiradissímos com a beleza que Casegas ainda oferece.
Só não gostaram de uma coisa, do vinhito que beberam, pois temos que reconhecer que salvo raras excepções, o vinho de qualidade em Casegas perdeu-se. Por isso é que eu agora levo sempre umas garrafas comigo.
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