sexta-feira, abril 28, 2006

VINTE E CINCO DE ABRIL, SEMPRE!

Quero antes de mais agradecer ao Asno a possibilidade que me dá de também poder contribuir com as minhas ideias no "CASEGAS VAI NUA".
E Casegas vai mesmo nua, mas esta nudez não é dos dias de hoje apenas. A nudez é também de ontem e vai ainda continuar amanhã. Porque houve um tempo, um momento próprio e oportunidade para que as coisas pudessem acontecer bem mais positivamente. O futuro de Casegas esteve efectivamente nas mãos da juventude, mas os erros pagam-se !... E é bom que todos aprendamos com os erros do passado. É que na vida temos de estar sempre com moral e ética e quando nos "embebedamos" com o poder ou quando esse poder nos sobe à cabeça podemos deitar tudo a perder. Há sempre uma explicação para as coisas e nós também somos culpados. E digo nós, com referência aos que continuam a sonhar, porque ainda vale apena alimentar o sonho. A esperança é sempre a última a morrer. Efectivamente houve um 25 de Abril em Casegas, mas é necessário, urge um segundo 25 de Abril em Casegas , mas este também chegará! Temos que dar tempo ao tempo!...
E porque muitos de nós vivem longe da nossa terra, e porque a sentem, a amam, aqui vos deixo mais um poema, que foi arquitectado a sonhar em Casegas:


A minha RUA é de terra nua,
De terra crua ! ...
E é ainda da Beira
Fica bem lá no fundo da aldeia,
No Squeirô, ... bem juntinho à Eira


A minha RUA é de terra batida,
Com a chuva, lamacenta ! ...
A sombra é a dos plátanos
O casario é mesmo assim ...
De xisto, portadas e varandas em madeira


A minha RUA é da Beira
Nos contrafortes da Estrela
O ar , é puro da serra ! ...
É brisa! ... é vergasta! ...
Que refresca e açoita, mas tempera .


A minha RUA é de gente pobre,
Os rostos de gentes tisnados
Olhares endurecidos
Os gestos pelo trabalho forjados
O coração e alma são cristal
Bronze de carácter sem igual


Na pobre da beira da minha RUA,
O meninos da minha aldeia
Ainda brincam à bilharda,
Ao calhote e saltivão ! ...
Ou em covinhas de terra batida, na Eira,
Ao jogo da berlinda !...


Pobres meninos
Da pobre da Beira da minha ALDEIA ! ...

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