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Meus caros amigos
Como disse no post em que decidi fazer um intervalo na minha passagem pela blogosfera, ando farto desta merda em que estamos atolados, deste país de alterne onde nem somos governados pelas putas, mulheres que pelo menos vendem aquilo que é seu, mas pelos seus filhos, chulos que usam, abusam e vendem aquilo que é de todos nós. Agradeço os muitos comentários que fizeram e no fundo não posso deixar de me sentir “babado” por tanta gente dizer que aquilo que faço serve para alguma coisa e sensibilizado pela amizade demonstrada, mas não deixo de me questionar se realmente não acabo a servir o sistema que tanto critico. Que estamos nós realmente a conseguir mudar, que incomodo conseguimos nós fazer contra o movimento deste enorme e pesado comboio dos Bilderberg já em velocidade de cruzeiro. Até onde estamos nós dispostos a ir e fazer para o parar? Até onde tenho eu o direito de o fazer se isso colocar em causa o haver pão na mesa para os meus filhos? Posso eu perder o emprego, posso eu prejudica-los só porque estou convencido que de outra forma também o seu futuro está comprometido? Como posso eu dizer que a minha verdade é mais verdadeira que a desta gente? Eles têm tudo, os órgãos de comunicação, a força, a legalidade, e até o futuro dos meus filhos nas suas mãos. Eu só tenho a minha consciência burguesa, a minha lógica que me faz antever uma nova idade média e o meu medo. Tinha 17 anos em 1974, vislumbrei um país novo, um povo que solidário, uma alegria, uma cor e sentimentos que me fizeram acreditar que a utopia era possível. Até hoje nunca quis acreditar que estava enganado e recuso-me a aceitar o fim desse sonho. Como será possível concretizá-lo não sei, mas não posso desistir.
Fazer este blog pode contribuir para o tal “pauzinho na engrenagem”, mas é claramente irrelevante para avariar esta máquina que nos tritura. É necessário fazer mais, muito mais. Temos de ultrapassar os nossos medos, as regras que inventaram para nos manter bem comportados, os partidos, os sindicatos, e todas as organizações que criaram para nos fazerem festejar ou manifestar em dias certos e com hora marcada.
Hoje é dia de Portugal e amanhã volta a jogar a selecção para agitarmos as bandeiras e esquecermos as tristezas e as desgraças desta vida que a corja nos impõe. A revolta, essa terá de ser adiada para depois, para quando acabar o campeonato, quando acabarem os jogos olímpicos e o orgulho que vamos sentir de ver a Vanessa Fernandes de medalha de ouro ao peito, para depois do verão pois já todos temos as férias planeadas e marcadas. Depois, entre duas telenovelas, o Prós e o Contras ou no intervalo de um jogo do Benfica, talvez encontremos um tempinho para fazer uma revolução. Se não houver, podemos sempre escolher um dos partidos de alterne para votar e ficarmos de consciência tranquila pelo dever cumprido. Eu por mim cá continuarei a fazer bonecos sabendo que nada altero, mas satisfazendo-me só de pensar que possa, de quando em vez, irritar alguém. Se pelo menos conseguir que alguém sorria nesta vida cinzenta para onde nos estão a atirar já não será mau.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
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