quinta-feira, janeiro 31, 2008

Capela das almas. New Look.



Alquém me sabe explicar o que fizeram ao espetacular tecto dessa capela do estilo dos afrescos da Capela Sistina de Miguel Angelo?
Parece-me ter desaparecido!



Fotos roubadas no Casegas, minha terra

6 comentários:

Anónimo disse...

ò asno és mesmo burro, já vão para uns vinte anos que o tecto está assim, andas muito distraído....

Asno disse...

Obrigado pelo elogio anónimo, mas devo informa-lo que não entro nesses locais de culto macabro há mais de 20 anos. Como vê não ando distraído, mas sim ausente.
Mas sabe do tecto ou não afinal?

Anónimo disse...

Então sr.Asno,sempre em cima dos acontecimentos e não conhece o património de Casegas? Não é Caseguense ou então é mesmo burro a valer!... Fica aqui a informação: Depois de uma noite fria e chuvosa,ao romper da manhã do dia 21 de Janeiro de 1985, ocorreu um curto circuito no tecto da capela seguido de incêndio que provocou a derrocada do telhado.Desta forma lá se foram as pinturas e o património de Casegas ficou mais pobre.

atumnespereira disse...

É Certo que o teto e parte da parede que dá para a Rua da Ti Branca caiu. Mas não foi por nenhum curto circuito. A Capela e a irmandade das almas já à muito que estavam abandonadas pela Igreja e seus responsáveis. para que se saiba, a Irmandade das Almas emprestava dinheiro a 4% e esse, com as cotas dos associados, os "irmãos" era o seu rendimento. Era com o fruto desses investimentos que cumpria com as suas obrigações estatutárias. Sucede que algures no reinado de sua excelência o Senhor Salazar, emprestar dinheiro cobrando juros passou a ser uma prorrogativa dos Bancos e instituiu-se o crime de usura a quem, não sendo instituição bancária, emprestasse dinheiro e cobrasse juros. Um dos grandes rendimentos da Irmandade acabou por decreto do Professor. Ora sussede, que quando o Sr. Padre Nicolau veio tomar conta da paróquia, encontrou a Igreja meia construida, sem dinheiro para a acabar e pediu sacrifícios a toda a gente. Ranchos de caseguences iam aos domingos lavar areias para a ribeira da panasqueira catando o volfrámio que depois de vendido serviria para custear as obras. As confrarias, todas deram o seu dinheiro para custear coisas na igreja. Mas a Irmandade, como se regia por uns estatutos autónomos recusava-se a entregar o dinheiro que era necessário para custear as suas obrigações. Até que...
Os homens fortes da igreja passam a ser também a direcção da irmandade e, assim tomado o poder numa luta palaciana a igreja fez-se ao dinheiro da irmandade.
Mas mesmo assim, o dinheiro para custear as obras não chegava. O senhor padre Nicolau, escreveu uma carta aos monumentos nacionais para ver se se conseguia um subsídio. Sucede que nas suas horas vagas, O senhor padre, se entretinha a arranjar o espaço que estava en redor do edifício da igreja, cavando no que viria a ser o futuro jardim da igreja. É que para ali tinham sido transportados carros de entulho da demolição da igreja velha e que iria ser utilizado para regularizar a àrea en redor da Igreja Nova. Num desses dias em que andava ali a cavar, descobriu uns azulejos da igreja antiga e guardou-os numa das novas sacristias. Segundo palavras do senhor padre, era uma coixa da polvora das minas cheia de azulejos.
Chegam os senhores dos Monumentos Nacionais, e dizem ao senhor padre que não, que a nova igreja não é propriamente um "Monumento Histórico Nacional" Que a função do instituto não é construir mas recuperar eteceteraetal e, estava o senhor nesta ladainha e os seus olhos deram com a caixa de azulejos. Moral da história, O Instituto contribuiu para uma obra nova e com muito dinheiro. Os senhores que fizeram a visita ficaram com os azulejos e Casegas com o dinheiro para contruir o edifício que conhecemos.
Mas isso é outra história, voltemos então à Capela das almas. Meu Pai estava na direcção embora não fosse o juiz. Tentou-se fazer obras mas não vinha autorização. Ou seja, as pessoas encontravam-se de mãos atadas. A água entrava a rodos de cada vez que chovia e a parede apresentava uma barriga que metia respeito. A capela não tinha electricidade. Nessa fatidica noite choveu a cântaros e o inevitável acabou por se dar. A parede ruiu e arrastou parte do telhado. Dos Doze apostolos, dois desapareceram de imediacto.Estou a falar, claro, do apostolado que se encontrava pintado no tecto. Fez-se o que se tinha que fazer que foi de urgência retirar da Capela todos os objectos liturgicos, artísticos e documentales que pudessem ser roubados ou degradarem-se nas condições em que a capela estava. Foi feito um iventário (Fi-lo eu), de tudo o que saiu e de para onde foi. Houve peripécias de que nem vale a pena estar a falar agora e as coisas seguiram o seu rumo. Eu era estudante na Faculdade de Belas Artes e era guarda da P.S.P., Contactei com a nova direcção da irmandade dizendo-lhes da minha disponibilidade para ajudar na desmontagem do teto, na catalogação de todas as tábuas para depois se proceder à remontagem quando se recuperasse, usando para isso o meu períudo de férias. Volto a dizer, que dos doze apostolos que estavam pintados no teto somente se tinham perdido dois. Pois, numa das minhas deslocações a Casegas, sou informado que o teto tinha sido desmantelado sem critério e vendido para lenha. Curto circuito? Só se foi no cérebro de quem deu a ordem e a autorização para se fazer tamanho crime.

atumnespereira disse...

Aliás, sobre esta relação entre a Igreja e a irmandade, Meu primo Joaquim Vaz, escreveu umas quadras que narram esta história toda. Claro que depois do saque, A irmandade apenas gastava o dinheiro que tinha que gastar com a morte dos irmãos e deixou de festejar a Festa de Santa Cruz e nunca mais celebrou as endoênças. É que não havia dinheiro para isso. Da manutenção do edifício nem é bom falar. E, mais uma vez, não estava ligado à rede de electricidade. não possuia nenhuma instalação electrica e em consequência não sofreu nenhum curto circuito. Foi definhando como definham as instituições em Portugal...

Asno disse...

Estou boquiaberto anónimo!
Apetece-me citar o Scolari:
"...e o burro sou? E o burro sou eu"

Anónimo, eu não sei nada...,o anónimo inventa!
Já agora, podia assinar os posts que é para quando passar por si na rua, me rir de toda a sua sapiência?
Pelos visto, quem ficou mais pobre foi toda a gente que leu o seu comentário. Reparem no promenor da precisão data...lol
Esmerou-se sim senhora!

Aínda bem que há o atumnespereira para nos valer contra charlatões, que pelo tecto, parece nada o terem deixado fazer...,tristeza!
Tipica ingratidão da comunidade tacanha Caseguense!

Pode ser que um dia o atumnespereira nos brinde com mais um dos seus preciosos relatos e nos possa falar das bacoradas que fizeram com as imagens religiosas do "museu de arte sacra".
Se alguém alguém enviasse umas foto agradecia. Ao que se consta, algumas até ficaram bem cómicas!