As palavras não são nossas, mas de um grande jornalista, Fernando Paulouro das Neves, também director do GRANDE Jornal do Fundão, e onde escrevem também outros jornalistas e escritores como Batista-Bastos e Arnaldo Saraiva. E valerá a pena, pensamos, citar aqui a sua crónica, publicitada no jornal de 3 de Janeiro, pela referência que se faz ao cosmético momento actual, ao fascismo travestido ou higiénico como refere Pacheco Pereira. Num momento em que era importante reforçar a capacidade crítica e construtiva dos cidadãos, a cidadania, constatamos, no entanto, que mesmo em sectores importantes da administração, viçosamente medram ervas daninhas. O universo policiesco está em crescimento.
«Há na narrativa da actualidade política uma cosmética que tende a transformar a realidade numa fantasia. A televisão, por via do charme da imagem, dá amplidão a essa simbiose de informação e propaganda, às vezes misturadas com sangue e lágrimas de todas as latitudes, numa selecção da realidade que introduz abundantes angústias para o jantar. Mas se estivermos atentos, o saldo global sobre a informação política (na generalidade dos meios de comunicação) gira no sentido de criar a ilusão de um paraíso onde, afinal de contas, tudo está bem ou bem melhor do que nós, pobres habitantes do país relativo, mereceríamos. Desfilam, alegres e contentes, pelos ecrãs, dando razão à perplexidade de Umberto Eco quando um dia perguntou a si próprio por que razão estes sujeitos do universo político e afim riem tanto na gaiola doirada que é a televisão. O outro não disse que, se quisesse, vendia lá um presidente da República.
2 comentários:
"Do rio que tudo arrasta se diz violento, mas nao se dizem violentas as margens que o oprime"
(Bertold Brecht)
isto é um governo de borra giestas
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