ESPECIARIAS
(homenagem à parte sórdida do cancioneiro medieval)
Comi-a Nela tarada
Comi-a com noz moscada
Comi-a a tarada da Nela
Comi-a toda com canela
Com gengibre e açafrão
Comi-a de pé e no chão
Comi a Nela ciumenta
Comi-a a mesmo com pimenta
Das cuecas aos colarinhos
Empurrei-a com cominhos
Veio-se a Nela vezes mil
Comi-a sempre com caril
Com piri-piri e molho
Comi-a toda até ao olho
Comi a Nela tarada
Comi-a com malagueta
E agora não como mais nada
Vou tocar uma punheta
João Habitualmente
AS RAPARIGAS DA ALDEIA
Tenho sonhado às vezes
com as coradas raparigas da aldeia
trazem um leve cheiro à palha
e preenchem-me a necessidade
de mamas abundantes.
Convidam-me
mesmo quando olham para o chão
Tenho a impressão
de que fodem como animais antigos:
na lentidão de enormes carapaças
num fragor de pedras
cravando espinhos ao rebolar
Preferem a luz turva
do fim do dia
retornam ao povoado discretas
na companhia dos bois
e um botão a menos na blusa
Gosto das raparigas da aldeia.
Aos domingos de manhã
varrem o lar e dão lustro às panelas
de tarde andam em ranchos
dão gritinhos, fogem para o mato
Quem me dera pôr-me nelas!
João Habitualmente
Sim, porque por vezes pretende-se passar a ideia de que ninguém fode e que nascemos todos de costelas ou somos filhos de anjos sem sexo.
E ai de quem sequer diga "foder"...!
É porco, porca, puta...
Ou mais soft, malcriadão
Malcriadão sim
Mentecapto e castrado não!
Há gentinha tão estupida...
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