segunda-feira, julho 07, 2008

A Pátria do quintal dos malandros

Bilderberg 2008



"Braudel já pensava que a história não muda ao ritmo das necessidades sociais. Vamos ter que nos assoar durante muito tempo com a mesma trampa de sempre: Infelizmente!!!...Por alguma razão GUERRA JUNQUEIRO foi excluído dos programas escolares....É um autor inconveniente em tempo de conformismos...Incomoda, não é? Pois é!!!!!

Diz-se (dizemos) que estamos em maré de grandes vultos da escrita portuguesa e das suas opiniões acerca da política portuguesa.

Vejam, porém, o que Guerra Junqueiro dizia do comportamento do povo português e dos partidos políticos maioritários da altura (dois, por sinal...), e como hoje, passados mais de 100 anos, tal testemunho se aplica sem necessidade de alterar uma virgula que seja....

 “10 junho


Pátria

'Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
[.] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.'

Guerra Junqueiro 1896"

Por Casimiro Santos

Boa malha Casimiro!
Urge tocar nas feridas e denunciar a cambada de pantomineiros e sevandijas do Guerra Junqueiro. Há que correr com eles e começando já em 2009, acabando com estas maiorias "democráticas"
que camuflam estes pequenos ditadores sem escrúpulos que fazem definhar o país aos poucos, para que esta gentinha, os malandros e os compinchas do clube Bilderberg se banquetearem alternadamente à custa do povo.
É uma irresponsabilidade de todos os que não lutam, não procurar um futuro melhor para os que cá vão deixar.

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